Motherpeace, Um caminho para a Deusa através do tarot

Criado em 1983 por Vicki Noble e Karen Vogel o Motherpeace Tarot (Tarô da Mãe Paz) foi um marco na história dos arcanos, que pela primeira vez tinham um baralho voltado para uma abordagem feminina da espiritualidade e dos conhecimentos esotéricos. Noble, a percussora do projeto de desenhar as cartas, viu nas imagens do tarot uma forte presença da Deusa das culturas primitivas e ditas pagãs. Tanto ela quanto Karen desenharam à mão livre usando tinta nanquim, sempre com o braço esquerdo, o lado do inconsciente. A proposta deste tarot é justamente a de resgatar a imagem da Deusa, que segundo elas está soterrada dentro do inconsciente coletivo, na idade moderna e de estimular uma sociedade voltada para seus valores pacíficos e de preservação da natureza e da harmonia desta com a comunidade humana.

O formato das cartas foge por completo do formato tradicional, são redondas uma forma associada ao feminino, a totalidade, a amplitude de possibilidades e ao espírito de inclusão e proteção comunitária, muito presente nas culturas ancestrais.

As suas imagens não possuem, nem de longe, a beleza e o primor artístico de baralhos como o Thoth tarot de Aleister Crowley e Frieda Harris e o Osho Zen tarot de Ma Deva Padma. Suas figuras, entretanto, encantam por seus traços primitivos que ora lembram desenhos infantis, ora lembram pinturas rupestres, muito espontâneos, cheios de mensagens de paz pessoal e planetária com um espírito positivo.

 

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Criado em 1983 por Vicki Noble e Karen Vogel o Motherpeace Tarot (Tarô da Mãe Paz) foi um marco na história dos arcanos, que pela primeira vez tinham um baralho voltado para uma abordagem feminina da espiritualidade e dos conhecimentos esotéricos. Noble, a percussora do projeto de desenhar as cartas, viu nas imagens do tarot uma forte presença da Deusa das culturas primitivas e ditas pagãs. Tanto ela quanto Karen desenharam à mão livre usando tinta nanquim, sempre com o braço esquerdo, o lado do inconsciente. A proposta deste tarot é justamente a de resgatar a imagem da Deusa, que segundo elas está soterrada dentro do inconsciente coletivo, na idade moderna e de estimular uma sociedade voltada para seus valores pacíficos e de preservação da natureza e da harmonia desta com a comunidade humana.

O formato das cartas foge por completo do formato tradicional, são redondas uma forma associada ao feminino, a totalidade, a amplitude de possibilidades e ao espírito de inclusão e proteção comunitária, muito presente nas culturas ancestrais.

As suas imagens não possuem, nem de longe, a beleza e o primor artístico de baralhos como o Thoth tarot de Aleister Crowley e Frieda Harris e o Osho Zen tarot de Ma Deva Padma. Suas figuras, entretanto, encantam por seus traços primitivos que ora lembram desenhos infantis, ora lembram pinturas rupestres, muito espontâneos, cheios de mensagens de paz pessoal e planetária com um espírito positivo.

 

As autoras

Vicki Noble é uma militante feminista, instrutora de yôga, astróloga e curadora xamã, além de intensa pesquisadora de formas oraculares, que viu no tarot a expressão máxima desses conhecimentos. Atualmente ela dá consultas de tarot e astrologia e ministra aulas de técnicas de cura xamânicas. Viaja pelo mundo promovendo workshops de xamanismo, já esteve muitas vezes no Peru. Também é professora de espiritualidade feminina no New College de São Francisco.

Karen Vogel é uma artista plástica que passou a especializar-se no trabalho com madeira e pedra. Interessou-se desde cedo pela espiritualidade feminina das culturas pré-cristãs e pelo ocultismo de um modo geral, e ainda mais por oráculos, onde dedicou-se de modo específico ao estudo do tarot. Atualmente dá consultas e workshops de tarot e arte feminina xamânica. Tanto Karen quanto Vicki dedicam parte de seus rendimentos ao apoio e preservação de culturas indígenas.

 

Os desenhos

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Os arcanos maiores simbolizam leis universais básicas que estruturam o universo natural. Repletos de significados cósmicos e metafísicos aludem a etapas da vida ou estágios na senda espiritual.

Já os arcanos menores tratam dos eventos microcósmicos do pequeno mundo onde vivemos em contraponto aos temas transcendentes propostos pelos arcanos maiores. No tarot Motherpeace os reis da corte medieval transformaram-se em Xamãs, as rainhas em Sacerdotisas os cavaleiros em Filhos e os pajens em Filhas.

 
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O naipe de bastões (ou paus) encerra a força do elemento fogo. Simbolizam poder e autoridade. Frequentemente representados por tochas, aludem à luz e o calor do fogo natural e a libido e o calor produzidos pela sexualidade.

 
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O naipe de copas é representado pelos vasos que encerram os sentimentos, emoções, desejos, sonhos inconscientes e visões. São símbolos arquetípicos do ventre e seios maternos.

 
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O naipe de espadas simboliza o potencial para o pensamento abstrato e conceitual, criar sistemas e vislumbrar claramente o futuro, bem como conhecer a lógica dos fatos. Nesse naipe as autoras também veem as tendências separatistas do ego.

 
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O naipe de discos (Ouros) representa o reino físico, a magia da terra e a sua capacidade autosustentadora, a criação, a procriação, a permuta, a economia, a colheita frutífera e a arte como a expressão física do amor à Deusa.

 

Como jogar

O formato redondo do tarot Motherpeace é, segundo Noble e Vogel, de uma abrangência muito maior de possibilidades interpretativas do que a dos tarots tradicionais. As suas lâminas permitem com mais freqüência que as cartas saiam na posição invertida, o que enriquece em muito a leitura. As autoras orientam que as cartas invertidas costumam indicar o significado negativo ou oposto da expressão energética dos arcanos. Um arcano cuja essência tende a ser “negativa” ou mais desafiadora, como o Cinco de espadas (raiva, inveja, etc) estaria na posição invertida sendo modificado nessa pré-disposição. A pessoa em consulta estaria abandonando conscientemente essas energias psíquicas.

Noble salienta ainda que as cartas fornecem uma visão extra que nenhum outro baralho poderia: a interpretação por polaridades. Observando a inclinação da imagem, à direita ou à esquerda, pode-se dizer qual polaridade estaria direcionando o arcano na leitura. Por exemplo, uma carta inclinada para a direita estaria na sua polaridade yang ou solar mais acentuada, indicando que o ego estaria forçando ou contendo a manifestação energética da carta, o que não seria necessariamente negativo. Já um arcano inclinado para a esquerda estaria na sua polaridade yin ou lunar indicando uma energia um pouco contida com pouca confiança na expressão energética do arcano em questão.A indicação dada pela autora é de que, em princípio, considere as cartas como se saídas na sua posição vertical, e depois, gradualmente vá inserindo essas visões. Haverá uma dificuldade natural no começo, mas que cederá com o tempo dando espaço a uma expansão do campo perceptivo do leitor. Uma visão de 360 graus, circular, total, uma dádiva da Grande Deusa-mãe.

 

JAIME E. CANNES

Publicado no Clube do Tarô – Maio de 2008